Dicas

Nomenclatura da Vela

Foto: Michelle Woodson Howell - Unsplash
Foto: Michelle Woodson Howell – Unsplash

TERMINOLOGIA

DA VELA E DOS VELEIROS

Fruto de uma tradição de séculos, o vocabulário da navegação à vela é muito vasto. Porém, graças à evolução da engenharia naval, os modernos veleiros tornaram-se menos complicados e, com isto, a quantidade de nomes utilizados no dia a dia dos velejadores também foi bastante reduzida, facilitando muito o aprendizado da terminologia básica dos barcos e das velas. Compilamos, aqui, os principais termos atualmente em uso.

Armação – Sistema combinado de mastros, estaiamento e velas.

Mastro – Haste de sustentação das velas.

Retranca – Peça presa ao mastro, com a função de ajudar na armação da vela. Alguns veleiros antigos também tinham.

Garlindéu – Peça de ligação da retranca com o mastro.

Gurupés – Mastro fixo à proa do veleiro que toma a posição quase horizontal, servindo de apoio para armar velas diversas.

Vela – Pano (ou conjunto de panos naturais ou sintéticos costurados uns aos outros) içado no mastro, estai ou verga que, sob a ação do vento, impulsiona o barco.

Vela mestra ou grande – É a vela principal, que vai presa ao mastro e à retranca.

Genoa – Vela de proa com a parte inferior (esteira) longa, ultrapassando o mastro para a ré.

Vela balão (spinnaker em inglês) – Grande vela armada à proa da embarcação com o auxílio de uma espécie de retranca chamada pau de spinnaker. É uma vela de pano leve, que fica bastante inflada com ventos de popa, muito utilizada em competições.

Buja – Pequena vela de proa, mais usada nos veleiros tipo cúteres (barcos com gurupés, que levam duas velas de proa).

Rizes – Reforços na vela mestra com um orifício no centro, servindo para diminuir a área vélica quando o vento for muito forte.

Barlavento – O lado de onde o vento sopra (ou entra), podendo ser por bombordo, boreste, proa ou popa.

Sotavento – O lado para onde o vento vai (ou sai).

Quilha falsa – Peça sob o casco, com lastro de ferro ou chumbo, cuja função é equilibrar a força do vento que faz o barco adernar (inclinar). O formato desta “quilha” — como muitos a chamam, sem o adjetivo falsa — varia de acordo com o uso do veleiro (competição ou passeio/cruzeiro). Outra função fundamental da quilha falsa é evitar a deriva (deslizamento lateral) do veleiro.

Bolina – Peça móvel em forma de lâmina que, assim como a quilha falsa, presta-se a evitar a deriva, mas não tem a função de lastro.

Moitão – Peça com uma roldana por onde passa um cabo.

Cadernal – Peça semelhante ao moitão, porém com duas ou mais roldanas lado a lado.

Pole – Conjunto de dois ou mais moitões sobrepostos.

Burro – Conjunto de poles com a função de evitar que a retranca se levante com ventos de través para popa.

Cabrestante – Tambor giratório vertical, cuja função é servir de guincho, tracionando o cabo que passa por ele (um sistema interno de redução por engrenagens multiplica a força manual). É também conhecido como catraca.

Molinete – O mesmo que cabrestante, porém o tambor fica na horizontal. Também é chamado de catraca.

Manicaca – É a manivela usada para acionar o cabrestante ou o molinete.

Caranguejas – Um tipo de vergas usadas para ajudar a armar as velas latinas quadrangulares.

Cúter (cutter em inglês) – Veleiro de um mastro só que pode ser armado com duas velas de proa — para isso, tem um gurupés.

Escuna – Veleiro de dois mastros, sendo o de ré mais alto que o de vante. (A rigor, a verdadeira escuna leva no mastro dianteiro velas “redondas”, semelhantes às das caravelas e barcos vikings).

Eslupe (sloop em inglês) Veleiro de um mastro só que usa uma única vela de proa.

Iole – Veleiro com dois mastros, sendo o de vante (proa) mais alto que o de ré e este fica à ré do eixo do leme.

Catita – Vela do mastro de ré de um iole.

Quetche (ketch em inglês) – Veleiro com dois mastros, sendo o de vante (proa) mais alto que o de ré e este fica à frente do eixo do leme.

Mezena – Vela do mastro de ré de um quetche.

Saveiro – Largamente utilizado na Bahia (e depois adotado no Sudeste), adaptado para o lazer, tem armação semelhante à das escunas, e por isso muita gente confunde o nome desse tipo de embarcação, chamando-a erroneamente de escuna.

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